segunda-feira, 15 de junho de 2015

Propaganda política gratuita com gancho para um discurso oportunista

A recente entrevista da Presidente Dilma Rousseff a Jô Soares, tornou-se alvo de criticas, piadas e até do “enterro” simbólico do jornalista. Com tom ameno e até por muitas vezes com o seu deboche peculiar, Jô foi mais um mero expectador da Presidente.

Com perguntas sem grande expressão o que tornou a entrevista bem morna, Jô perguntou a Dilma como ela se sentia ao ser criticada por não cumprir suas promessas de campanha. A Presidente subiu ao palanque e defendeu sua posição dizendo que ainda são só 6 meses de mandato cumprido e que uma afirmação dessa não pode ser feita, defendeu ainda as reformas que vem promovendo e dizendo que momentaneamente estamos em crise e que o mundo também está.

Sem nenhum controle sobre a entrevista, restou a Jô Soares ouvir o discurso da Presidente às vezes com as suas interrupções que criavam “ganchos” para que a Presidente pudesse complementar o script. Perguntada se tinha o pavio curto a Presidente disse que é “uma mulher dura em meio a homens meigos”. Entre outros deboches durante 70 minutos de entrevista. Inclusive a troca do nome do apresentador pela Presidente.

Milhões de brasileiros gostariam de viver no Brasil País de Todos e fantasioso relatado pela Presidente. Caro Jô, você como jornalista, inteligente, homem de múltiplos talento, culto, viajado perdeu a oportunidade talvez de fazer a entrevista de sua vida e ir além desse script banal, comprado e mergulhado num cinismo politico. Sentimo-nos engabelados por promessas eleitorais e por um discurso hipócrita amparado pela indignação contra protestos do “Fora Dilma”. Vivemos numa democracia Jô, onde ainda podemos amparados pela Lei, nos manifestar com o nosso ínfimo descontentamento. Acredito também que não é necessário o linchamento moral da Presidente, mas acredito que de 12 para 13/06, podíamos ter ido dormir sem essa.

Ficamos ainda mais com o gosto do sabe como é: Em caso de dificuldades, arranque mais dinheiro da sociedade. Desejamos a Sra. Presidente que realmente nesse seu restinho de mandato que possa cumprir realmente com seus propósitos de salvar a nação e de torna-la igualitária para todos e que a Sra. conduza essa nação com a mesma cordialidade que o Jô conduziu a entrevista.

Precisamos Crescer!

A Presidente diz que a crise não é da dimensão que os pessimistas apontam. Mas qual é então Presidente o tamanho da crise?

Com uma conjuntura atual muito mais difícil, com a hostilidade das ruas, inclusive dos seus próprios eleitores, com uma oposição mais acirrada o Planalto enfrenta o isolamento e a difícil tarefa de recuperar a confiança de uma população que está cansada de ser penalizada na forma de impostos, taxas e outras tantas imposições para que erros do governo sejam corrigidos.

Não dá para dizer que está tudo certo depois de mais de 1,5 milhão de pessoas terem saído às ruas em todo Brasil, pacificamente, para externar sua insatisfação com a condução que a Presidente vem dando ao País em todas as esferas. Seguido do desastroso pronunciamento que tornou ainda mais evidente a dificuldade de dialogar.

Após montar uma “cilada” para si, durante sua campanha, ao afirmar que não mexeria em algumas conquistas socioeconômicas, como por exemplo, a diminuição da tarifa de energia elétrica e nos benefícios sociais e trabalhistas, Dilma não consegue explicar todos os ajustes que precisa fazer para tentar colocar a locomotiva do Brasil nos trilhos. Sem o resgate da confiança, dificilmente conseguiremos retomar o crescimento, sem confiança não há investimentos, não há contratações, não há estimulo. O governo apostou num modelo que se exauriu o do consumo desenfreado que foi associado a crescimento econômico, liberação de credito e melhor renda, tudo isso resultou também em endividamento e um ciclo menor de consumo futuro. As últimas medidas terão impactos grandes na economia mudanças na tabela do IR, alterações na MP da desoneração da folha de pagamento e a majoração nas alíquotas do PIS e COFINS, é relevante que o ajuste fiscal seja feito e que haja transparência nas contas para que o País retome com urgência o crescimento, estamos contando com o cumprimento da meta de superávit de 1,2% do PIB, ela é necessária para recuperarmos a autoestima.

2015 é o ano em que a ANFAMOTO comemora 35 anos de sua fundação, gostaria de poder comemorar mais conquistas para o setor e de ver as empresas crescendo, admitindo mais funcionários, aumentando suas vendas e apostando num País melhor, que nos gerem oportunidades. O levante popular clama por um Brasil justo de oportunidades igualitárias, pelo fim da corrupção por parte daqueles que detêm o poder. Sempre lembro que a união e a vontade daqueles que anseiam por medidas urgentes e em defesa de um setor organizado, é que farão com consigamos resultados positivos para o setor.

Um forte abraço

Orlando Cesar Leone